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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Figuras de Linguagem(por Alison)

Figura de linguagem

Figuras de linguagem (Brasil) ou figuras de estilo / figuras de Retórica (Portugal) são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às funções da linguagem, que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas.

Por exemplo:

• tentei dizer mais de um milhão de vezes! (Exemplo de hipérbole)
Embora haja mais de uma maneira de classificá-las, as figuras de linguagem podem ser divididas em:

Figuras de palavras (figuras semânticas ou tropos) e/ou figuras de pensamento:

• Alegoria
• Antífrase
• Antítese
• Antonomásia ou perífrase
• Apóstrofe
• Catacrese
• Comparação por símile
• Comparação simples
• Disfemismo
• Eufemismo
• Enumeração
• Matiazite
• Gradação
• Hipálage
• Hipérbato
• Hipérbole (oposto de Litotes)
• Ironia
• Litotes (oposto da Hipérbole)
• Metáfora
• Metalepse
• Metonímia (ou sinédoque)
• Onomatopéia
• Paradoxo
• Personificação (ou prosopopeia)
• Sinestesia
• Oximoro

Figuras de construção (ou figuras sintáticas):
• Aliteração
• Anacoluto
• Anadiplose
• Anáfora
• Analepse (oposto de Prolepse)
• Assíndeto
• Assonância
• Circunlóquio
• Clímax
• Diácope
• Elipse
• Epísexotrofe
• Epizêuxis
• Inversão ou Hipérbato
• Paranomásia
• Pleonasmo
• Polissíndeto
• Prolepse (oposto de Analepse)
• Sínquise
• Silepse
• Zeugma
• Zoomorfização (ou Animalização)

Figuras de linguagem mais usadas

Paradoxo & Antítese

Paradoxo é a aproximação de palavras contrárias.
• Ex: Já estou cheio de me sentir vazio.
Antítese consiste na exposição de palavras contrárias.
• Ex: Ele não odeia, ama.
Na explicação do professor Paulo Hernandes fica evidente a diferença entre estas duas figuras de linguagem frequentemente confundidas:
"Como podemos ver, na antítese, apresentam-se idéias contrárias em oposição. No paradoxo, as idéias aparentam ser contraditórias, mas podem ter explicação que transcende os limites da expressão verbal.

Catacrese

É a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum.
• Ex: Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.
Comparação
Como o próprio nome diz essa figura de linguagem é uma comparação feita entre dois termos com o uso de um conectivo.
• Ex: O Amor queima como o fogo

Metáfora

É uma comparação feita entre dois termos sem o uso de um conectivo.
• Ex: Eu sou um poço de dor e estupidez.
Disfemismo ou Cacofemismo
É uma figura de estilo (figura de linguagem) que consiste em empregar deliberadamente termos ou expressões depreciativas, sarcásticas ou chulas para fazer referência a um determinado tema, coisa ou pessoa, opondo-se assim, ao eufemismo. Expressões disfêmicas são freqüentemente usadas para criar situações de humor.
• Ex: Comer capim pela raiz

Hipérbole ou Auxese
É a figura de linguagem que consiste no exagero.
• Ex: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"
Metonímia ou Transnominação
É a figura de linguagem que consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a possibilidade de associação entre eles. Definição básica: Figura retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra que a recorda.
• Ex: Lemos Machado de Assis por interesse. (Ninguém, na verdade, lê o autor, mas as obras dele em geral.)
Personificação ou Prosopopéia (no Brasil, apenas Prosopopéia)
É uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.
• Ex: O Sol amanheceu triste e escondido.
Perífrase

Consiste no emprego de palavras para indicar o ser através de algumas de suas características ou qualidades.
• Ex: Ele é o rei dos animais. (Leão)
• Ex: Visitamos a cidade-luz. (Paris)
Ironia
Consiste em apresentar um termo em sentido oposto.
• Ex: Meu irmão é um santinho (malcriado).
Eufemismo
Consiste em suavizar um contexto.
• Ex: Você faltou com a verdade (Em lugar de mentiu).


Elipse

é a supressão de uma palavra facilmente subentendida. Consiste da omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais conciso e elegante.
Exemplos
• Na oralidade, quando alguém serve chá pode perguntar "com ou sem açúcar?" - ainda que a frase não explicite que se está a referir ao chá, o próprio contexto serve para esclarecer o seu sentido.
• "No mar, tanta tormenta e tanto dano." (em "Os Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo "haver", ainda que seja óbvia a intenção do autor.
• João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele, João, preferiu não entrar)
• "Na sala, apenas quatro ou cinco convidados" (Machado de Assis)
• Quanta maldade na Terra. (Quanta maldade há na Terra)
• "O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca." (R. Pompéia)
• Risco de vida. (Risco de perder a vida)
Elipse: Segundo o Tito, elipse é anisocronia resultante do fato de o narrador excluir do discurso determinados acontecimentos diegéticos, dando assim origem a mais ou menos extensos vazios narrativos. A elipse é um processo fundamental da técnica narrativa, pois nenhum narrador pode relatar com estrita fidelidade todos os pormenores da diegese.

Zeugma e a colocação da vírgula

Quando omitimos um termo, a posição do constituinte elido é, na língua escrita, assinalado por uma vírgula. A expressão em negrito, ou sua cognata, é omitida. Nota-se que a forma suprimida pode não coincidir morfologicamente com o seu antecedente (no ex. 1., a seguir o antecedente é a forma verbal "gosta", ao passo que a forma omitida e subentendida, é "gosto". Daí a observação acima de que o constituinte omitido pode não coincidir formalmente com a forma expressa (em gênero, pessoa ou tempo) e sua antecedente, podendo ser uma forma "cognata", ou "semelhante". O tipo de semelhança que o zeugma consente é uma questão lingüística mais geral.
"Ela gosta de história; eu, de física."
"Mas, ser planta, ser rosa, mão vistosa,/ De que importa, se aguardar sem defesa,/ Penha a mão, ferro a planta, tarde a rosa?" (Gregório de Matos)
Na terra dele só havia mato, na minha, só prédios.
Meus primos conheciam todos. Eu, poucos.
As quaresmas abriam a flor depois do carnaval, os ipês, em junho.
Eu gosto de futebol; ele, de basquete.
Em casa eu leio jornais; ela, revistas de moda.
Contudo, o zeugma é a omissão de um termo já citado anteriormente que não vai mudar o sentido da frase por conta da omissão.
Diferença entre zeugma e elipse
No zeugma, o termo omitido já foi mencionado anteriormente. Na elipse o termo ainda não foi mencionado. Esta distinção corresponde a uma interpretação tradicional destes conceitos. Em termos modernos, elipse é o fenômeno linguístico geral que compreende como caso particular o zeugma ou a "elipse" no sentido restrito para que remete a definição mais acima.
Pleonasmo

Pleonasmo pode ser tanto uma figura de linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a.

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